Mirtzi
Conta-se que uma recruta da cavalaria norte americana questionou a razão de cavalos serem posicionados a uma distância de centenas de metros em determinadas cerimônias, segurados em rédeas por cadetes.
Ninguém sabia a resposta, mas, estava nos manuais essa determinação. Intrigada e criticada por questionar, a recruta pesquisou secretamente em manuais antigos e descobriu que a razão disso seria proteger os equinos, mantê-los quietos ao ficarem distantes dos estrondos pelo disparo de canhões.
Após melindres e penalidades impostas à moça pela insurgência de questionar o fato, alguns oficiais raciocinaram e concluíram que, uma vez que não há mais disparos de canhões nestas cerimônias na atualidade, seria desnecessário essa providência. Resultado: ao ser compreendido esse ponto, esta prática obrigatória foi retirada dos manuais.
Assim acontece com muitos conceitos e ideias que se firmaram sobre bases que não existem mais ou ficaram obsoletas, ou ainda, que foram resultado de informações parciais, omissão de dados ou tendenciosismo.
Portanto, é de bom alvitre analisar sem paixões os conceitos que se adota ou adotou e questionar se nos dias de hoje, estão disponíveis novas informações ou se foram divulgadas aquelas que foram represadas de propósito para que tivéssemos um entendimento fragmentado e construído em bases frágeis.
Pesquise e identifique aspectos cruciais.
Já sabemos que na “Santa Inquisição” milhares de mulheres foram queimadas vivas mesmo sendo inocentes. Sabemos também que a versão de povos conquistados ou que foram barbaramente escravisados era parcial. Portanto, só agora estamos tendo acesso a detalhes históricos que nos foram subtraídos e é necessário mudar certos conceitos e ideias.
Antes só havia um lado da narrativa: a daqueles que estavam no poder e destruíram ou esconderam vestígios e provas.
Já sabemos que crendices foram responsáveis por matar massivamente os gatos na Idade Média e o desequilíbrio gerado fez a população de ratos proliferar a tal ponto que surgiu a “peste negra”, responsável por dizimar grande parte dos europeus à época.
Na China, entre 1958 e 1960, durante a industrialização e a mecanização da agricultura no país, foi disseminada a crença de que pássaros, especialmente os pardais eram a causa de doenças. “A grande campanha dos pardais” ou “Mate um pardal”, que foi promovida pelo governo com a adesão maciça da população objetivando incrementar a agricultura, exterminou bilhões desses pássaros.
Além do desequilíbrio ambiental, potencializou a proliferação de lagartas e gafanhotos, que dizimou plantações inteiras e gerou a crise de fome que causou a morte de mais de 50 milhões de chineses. À época as plantações de arroz e demais grãos foi totalmente devorada por esses insetos. A China teve que importar pássaros para corrigir essa terrível tragédia, fruto da ignorância e da falta de informação sobre o equilíbrio do meio ambiente.
Do mesmo modo, atualmente, no viés da desinformação, da informação deturpada, da omissão de informações e por ignorar a abrangência dos assuntos, alguns têm aversões que nutrem a respeito de certos temas, assim como não aceitam avanços e conquistas alcançadas em relação a direitos adquiridos e do que passou a estruturar certas conceituações.
O que há por trás e o que se omitiu a respeito de assuntos que ainda hoje são um tabu e que muitos odeiam, usando meros clichês por repetição mecânica, sem quaisquer conhecimentos sobre aquilo que pronunciam e da razão de seus ódios?
É uma pergunta que para ser desvendada e respondida, requer raciocínio, pesquisa, mente receptiva e arejada, inteligência e principalmente uma cognição em bom nível.
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