Publicado no jornal A UNIÃO edição de hoje
Eu fico me perguntando por que alguém se dedica a trabalhar contra o seu próprio país. É o caso do atual presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Desde que o presidente Lula assumiu o governo esse cidadão tem se comportado de forma a estabelecer estratégias de sabotagem ao crescimento do país. É explícito o seu interesse em estimular um terrorismo fiscal para justificar as frequentes altas da taxa de juros. O Brasil tem a segunda maior do mundo, sendo superado apenas pela Rússia.
Não tem isenção partidária e ideológica e se utiliza do cargo que ocupa para se posicionar contra o atual governo, numa postura inaceitável, do ponto de vista da responsabilidade pública com a missão institucional do órgão que dirige. Está muito claro que seu objetivo maior tem sido desestabilizar o governo Lula. Age em direção oposta ao que praticam outras nações que optaram por reduzir juros para impulsionar as atividades econômicas.
A política do Banco Central, sob seu comando, tem dificultado as ações de estímulo ao crescimento da nossa economia. Os índices apresentados, apesar da sua determinada oposição, são animadores, graças a uma política de governo voltada para fortalecer o setor produtivo, aumentando o acesso ao crédito e proporcionando maiores condições de investimentos.
O governo tem feito a sua parte, adotando medidas que vêm oferecendo resultados positivos, como a redução da taxa de desemprego e dos índices de pobreza, bem como o controle da inflação e o recente anúncio de um pacote para corte de gastos obrigatórios. Por conta dessa política catastrófica do Banco Central, o Brasil já gastou em 12 meses em torno de R$ 800 bilhões em pagamento de juros. O mercado financeiro, principal interessado nessa alta da taxa de juros, é o maior beneficiário da drenagem de recursos públicos.
O presidente Lula tem razão, Roberto Campos joga contra o Brasil. Tem DNA, seu avô foi um dos expoentes do liberalismo brasileiro, ministro da Ditadura Militar. Pela forma entusiasmada com que elogiava as políticas econômicas dos EUA após a Segunda Guerra, ganhou o apelido de “Bob Fields”. Era um antiesquerdista convicto. Por ironia do destino, em 1999 assumiu a cadeira número 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), anteriormente ocupada pelo escritor e dramaturgo comunista Dias Gomes. Em uma entrevista concedida ao Roda Viva, em fevereiro do ano passado, afirmou: “ Dos vários ‘ários’ que temos por aí, o operário, o funcionário, o missionário, o realmente importante é o empresário. Operários todos podemos ser. Funcionários todos queremos ser. Missionários são úteis, mas eles falam na vida do além-túmulo, e nós queremos a vida corrente. O dínamo da sociedade é o empresário”. O atual presidente do Banco Central tem realmente a quem puxar. Ainda bem que ele só fica no cargo que ocupa hoje até o final deste ano. Não vai deixar saudades.
Rui Leitão
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