Vim reviver o passado, travar diálogo com o tempo, embrenhar-me no firmamento em busca de solução, conversar com anciãos que foram mestres da gente.
Aconselhar-me com o presente, refugiar-me no silêncio para um estudo de caso, no caminho do passado vou reescrever a história, contar um caso, uma história que antes não escrevi.
Um sonho da cor de anil, o voo da arribaçã, um capulho de algodão esgarçado pelo vento, barreiras que barram o tempo, um ambiente fecundo, mentes feridas por chumbo, restos mortais, sequelas.
Transeuntes de favelas, licença para passar, morre um aqui, outro acolá e a justiça não chega, e assim nessa peleja o morro vira notícia, se uns choram, outros gritam pedindo a Deus seu louvor.
Desumanos mal-humorados, pecadores descontentes, avalanches de mentiras, causídicos, meios imprudentes, vassalagem de homens cultos, mercados de entorpecentes, guerras de religiões, vigarices, cretinices, deselegantes, indecentes.
Cá estou a pensar no hoje, por não perceber o ontem, pedras de rubis, diamantes, mercados livres de sexos, peças finas de lingeries, nudismos adultos, infantis, expressões extravagantes.
Isso faz a elegância do tempo, ressurge alegria da vida, diz a história contada, faz a história revivida, o nosso viver caboclo, a natureza aguerrida, o homem se recompondo no resfolegar da lida.
Caldas
Todos os campos são obrigatórios - O e-mail não será exibido em seu comentário