O Sapato Gasto de Francisco Diz Muito Sobre o Seu Cristianismo.
Por: | 29/04/2025
Nunca imaginei que a humanidade havia se desumanizado, mas a morte do Papa Francisco revelou isso. Durante os seus 12 anos de papado, colocou os pés em muitos lugares, visitou países pobres, países em guerra, países destruídos pelas forças da natureza e pela degradação do mundo capitalista.
O Papa Francisco cobrava paz, cobrava justiça e condenava os ataques aos povos desprotegidos. O Papa defendia a ciência e criticava o negacionismo. Exigia igualdade, compaixão pelos despossuidos e proteção integral ao meio ambiente.
Talvez pelas suas posturas, Francisco pode ter sido o Papa mais atacado da história recente. Foram muitos e diferentes ataques, mas principalmente contra as suas ações sociais e pela sua constante pregação de simplicidade, humildade e compaixão. Era isso que Jesus pregava, foi isso que São Francisco de Assis pregou e, com o Papa Francisco, não esperava que fosse diferente.
Quando Francisco já estava em seu leito de morte, ouvíamos alguns desejando a sua morte. A morte do papa esquerdista, a morte do papa comunista, era o que muitos extremistas de direita, neonazistas e neofascistas e, muitos que se dizem cristãos apelaram.
Mas o Papa Francisco pediu aos seus amigos cardeais, que lhe enterrasse com seus sapatos gastos, usados em muitas das suas viagens e caminhadas. Um caixão simples e de madeira e os seus velhos sapatos, demonstrou que Francisco praticava o que ele falava.
Nunca poderemos esquecer que existem bilhões sem teto, sem terra, sem direito a saúde e aos bens essenciais da natureza. Existem bilhões sem agasalhos e sem sapatos e o Papa Francisco falava em nome desses excluídos.
E, se os falsos cristãos acham que Francisco foi um Papa Comunista, não conhecem a frase de Michael Bakunin: "Minha Pátria são meus sapatos". Bakunin era um Anarquista Russo e extremamente crítico das religiões, mesmo assim, estava mais próximo de Francisco, do que muitos cristãos.
Francisco representou muito bem os ideais de Jesus Cristo, se estes ideais parecem com os ideais comunistas, Jesus e o Papa estavam no caminho certo para a libertação humana, como nós, os comunistas, anarquistas e ateístas sempre queremos.
