Mirtzi Lima Ribeiro
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Chaves que destravam

Por: | 11/10/2025


 

           Mirtzi Lima Ribeiro 

 

Há uma ocasião em que temos a alegria de descobrir que determinada chave, entre as muitas unidades que compõem o molho de chaves, seria capaz de destrancar uma porta secreta. Identificá-la e movê-la na fechadura certa, de modo a abri-la e perceber o que estava guardado e velado, é um achado que pode trazer elucidações pontuais e há muito esperadas para um ser humano. 

 

A receptividade e o olhar de modo equilibrado em relação ao que nos ocorre, viabilizam esse patamar de amadurecimento: ser capaz de observar e identificar as possibilidades que antes não enxergávamos. Cada compreensão que chega é um degrau a mais, assim como o treinamento necessário com vistas a desenvolver uma ferramenta essencial: o discernimento, que nos alça a um estágio privilegiado em termos de cognição.

 

Em que isso importa? Em tudo. Porque em um mundo que vem valorizando a superficialidade, aquilo que é supérfluo e o individualismo, – inclusive a substituição do natural pelo que é artificialmente produzido, a despersonalização do que é humano para o conceito utilitário e pessoas que insistem em nadar no raso –, alcançar o patamar do discernimento se constitui um avanço significativo.

 

Às vezes observar um mundo que se encontra em distopia, com gente de pensamentos dissonantes da realidade e com subsequentes ações e posicionamentos desconcertantes, promove certa baixa na imunidade emocional. 


Ficamos espantados com o fato de que o “efeito manada” subtraiu de muitos, as reais sinapses neurais que seriam necessárias para que alargassem sua compreensão e deixassem de absorver e de usar clichês nefastos. O que seria esse “efeito manada”?  O comportamento de um certo grupo de indivíduos que segue um fluxo induzido por determinados mentores, sem nenhum tipo de análise crítica ou reflexão aprofundada e abalizada sobre os fatos e seu contexto e circunstâncias envolvidas.

 

Logo, se torna preponderante, até mesmo para a sobrevivência da raça humana sobre o planeta, o esforço para elevar o coeficiente de entendimento, esclarecimento, inclusão e de compreensão das pessoas em geral.

 

Ninguém pode e nem deve brincar de ser supremacista, muito menos de colaborar com o fomento de discursos de ódio, especialmente para quem está no poder e que pode acionar botões que podem detonar bombas atômicas. Também não é prudente e nem é humano ostracizar e chamar de fracassados aqueles que estão em situação de indigência ou de necessidade extrema por insegurança alimentar. Isso demonstra desumanidade e um certo nível de crueldade e uma boçal indiferença em relação aos desfavorecidos.

 

O mundo parece dividido entre quem quer construir padrões mais elevados que englobe todos os seres vivos e aqueles que querem manter apenas uma reduzida fração abastecida e beneficiada pelo conforto. O que esses dois lados valorizam e validam?

 

Quando será que os adeptos do “efeito manada” conseguirão encontrar as chaves que poderão destravar seu modo retrógrado de pensar e se abrirão ao reconhecimento de que estamos aqui para nos elevar e nos ajudar coletivamente?


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