Mirtzi Lima Ribeiro
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Um Ponto Final

Por: | 18/03/2024

 


Mirtzi Lima Ribeiro


Entende-se que o ponto final é um sinal de pontuação usado para indicar uma pausa absoluta, o encerramento de uma sentença, de uma questão ou de um diálogo. 


Onde não há diálogo, não há vida e também são  perdidas as chances de aprendizado, de aperfeiçoamento, de entendimento mútuo ou da busca por soluções inteligentes.  

O ponto final nesse viés, se transforma em interrogação, em reticências ou em sujeitos ocultos na sentença. No nosso português, estes seriam os sujeitos que não são facilmente identificados ou que seria impossível de se localizar. Eles também não são meras figuras de linguagem. 


Quem recebe um ponto final, em geral não o merece, e em tese, seria uma pessoa que prima pelo diálogo, pelo esclarecimento, pelo respeito mútuo ou por resolver suas questões no viés do comum acordo, nunca de modo unilateral. 


As decisões monocráticas da vida prática são um corte inesperado e muitas vezes trazem consigo o condão que evita o diálogo, os consensos, os acordos, os apertos de mão para selar uma paz de verdade, não uma apaziguamento de ficção ou de faz de conta. Elas excluem o esclarecimento a respeito do que teria motivado essa decisão.


Qualquer rompimento respeitoso em qualquer área e aspecto, vem acompanhado de uma conversa franca, amistosa, amiga e cordata. Vem também com todos os pontos nos “ís”, revestidos de apoio e suporte à parte desfavorecida no caso.  

 

É com pontos finais ou encerramentos abruptos, que morrem as possibilidades de se exercer a compreensão, além de se perder a oportunidade de alguém se colocar no lugar do outro com a devida consideração, de modo a procurar o melhor meio e a melhor solução para se chegar a um denominador comum.  


Por isso, muitas vezes, o ponto final recai na imaturidade e em inadequados relacionamentos pessoais ou profissionais, onde uma parte interessada ficou a ver navios e sem direito a ter ciência das situações e do que de fato ocorreu.  De saber qual foi o real motivo e se houve erros que poderiam ser corrigidos.  


Uma coisa é certa, se de boas intenções o inferno estaria cheio, como diz um ditado, o purgatório estará repleto de pontos finais. E nessa questão, não se sabe qual das duas circunstâncias é a pior.  


(Obs.: adaptação de texto publicado no Facebook pela autora em 2021)


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