Deboche
ideológico de Rui Pimenta, presidente do PCO, defrauda o marxismo e infama a
esquerda
por Washington Rocha
O
tenebroso regime teocrático do Irã tem como uma de suas prioridades vigiar as
mulheres: as persegue, prende, espanca e mata se ousarem desobedecer o rigor
dos códigos de escravidão a que estão submetidas. De violências semelhantes são
vítimas os homoafetivos; passíveis das penas de prisão, chibatadas e execução.
Vanguardeada
por mulheres de extrema coragem que arriscam todos os dias suas vidas – muitas
já foram e continuam sendo sacrificadas -, a resistência a esse horror cresce
pelo país. Se há um movimento no mundo que mereça o apoio da esquerda, de todos
os democratas, de toda gente civilizada, é este heróico movimento de auto
defesa das mulheres iranianas (e também de homens iranianos corajosos e
solidários).
Todavia,
uma parte insana da esquerda resolveu apoiar não os setores oprimidos, mas sim
a teocracia opressora. Aqui no Brasil destaca-se um militante autoproclamado
marxista, membro de um partido que se pretende marxista-leninista-trotskista: Rui
Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO).
Rui
Pimenta vem de escrever um artigo, intitulado “Em defesa do Irã” (Brasil 247
23/05/2024), no qual gasta sua dialética para extensamente defender o regime
teocrático dos aiatolás. De forma abjeta, o Pimenta minimiza e justifica a opressão
sobre as mulheres. Para ele, por exemplo, a exigência do hijab (cujo não uso ou
incorreção no uso tem sido motivo para prisão, espancamento e assassinato de
muitas mulheres pelos defensores das leis da moralidade iraniana) deve ser
compreendida, por ser tal uso “um costume
tradicional”.
Regimes
como o do Irã são, de qualquer ponto de vista civilizado – inclusive do ponto
de vista do marxismo histórico – o que existe de mais atrasado na face da
terra. Porém, a dialética fajuta de Pimenta frauda o marxismo para concluir que
o regime político iraniano é “a mola
mestra” do “agrupamento de forças mais revolucionário
no mundo”.
O arremate da doutrinação fake-marxista é uma
afronta à esquerda em geral. Vejam:
“o Irã
desempenha um papel revolucionário enorme e deve ser apoiado por todos os que
se consideram democráticos, progressistas, anti-imperialistas, revolucionários,
comunistas e socialistas”.
Quanta estupidez! Não há dialética no mundo que
consiga vender uma teocracia obscurantista como guia universal para o progresso
e a revolução.
VADE RETRO!
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