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Guerra Israel X Hamas: Catarina Rochamonte - Antonio Barbosa Filho - Renato Uchôa

Por: | 26/10/2023



ISRAEL X HAMAS: DIREITO DE DEFESA COM PROTEÇÃO AOS CIVIS


Catarina Rochamonte

Há uma meta a ser cumprida na guerra Israel-Hamas: a eliminação do grupo terrorista que invadiu Israel, exterminou e sequestrou civis. Ceder agora é ser passivo diante da monstruosidade perpetrada, é condescender com a barbárie.  


O direito de resposta de Israel à ignomínia à qual seu povo foi exposto é inegável. Não há corrente do Direito Internacional que não reconheça a legitimidade da resposta, uma vez que as fronteiras do país atacado de forma vil e selvagem estão expostas aos terroristas, que não respeitam leis ou tratados. 


O direito de defesa pressupõe, no entanto, o respeito às normas internacionais que regem as relações entre os povos. Os civis devem ser protegidos tanto quanto os combatentes do Hamas devem ser alcançados. A estratégia para isso deve ser a entrada em Gaza por terra, uma vez que o bombardeio aéreo indiscriminado daria vitória a Israel, mas à custa de muitas vidas inocentes. 


A invasão por terra não será fácil; haverá muitas baixas israelenses. Ou seja, Israel exporá a vida dos seus filhos para resguardar a vida de civis palestinos. Como isso pode ser moralmente equivalente às atrocidades perpetradas pelo Hamas?


Não se trata aqui de guerra comum, onde duas nações se enfrentam por questões econômicas e geopolíticas, mas de conflito no qual há um abismo entre a bestialidade de um ataque terrorista deliberado, com grau de crueldade inimaginável, e a resposta de guerra a ele.


Ambos os eventos são traumáticos, ambos levam ao luto e ao sofrimento, mas um responde à agressão iníqua e está respaldado pelo direito e pelas leis, outro rege uma orquestra demoníaca de vozes enfurecidas que berram contra o fim de Israel e o extermínio dos judeus. 


Uma vez nos calamos e demoramos a retaliar. Uma vez esperamos para ver até onde o mal poderia ir. A resposta veio como a máquina infernal da SS, com seus fanáticos enfileirados; a resposta veio com os campos de concentração; a resposta foi a morte de milhões de inocentes. Milhões de judeus. 


Não nos cabe agora repreender Israel pelos seus erros no antigo problema com os palestinos. Não cabe porque esse é um problema diplomático, que só poderá ser resolvido se houver diplomacia, algo impossível em um Estado islâmico, uma teocracia na qual o pensamento mundial deve se curvar a Allah e aos seus fiéis. 


O mundo ocidental está brincando com o risco da sua própria aniquilação. A impressão que dá é que luta nas ruas, universidades e redes sociais para ser subjugado por um poder despótico e cruel. 


O movimento político-ideológico que sustenta o Hamas tem ramificações enormes, por isso a mídia ainda não se colocou formalmente ao lado de Israel, banindo de seus quadros aquele que manifeste inclinações antissemitas e favoráveis aos terroristas. Mas é imperioso que emissoras e redações condenem formal e explicitamente um discurso cujo resultado já vimos no passado.

 

O holocausto foi possível porque a máquina de propaganda nazista foi eficaz, porque a aquilo que há de pior na espécie humana foi catalisado por líderes através do imenso poder da propaganda.

 

Os que hoje silenciam frente ao horror do atentado contra os israelenses, silenciariam na terrível noite dos cristais; os que hoje comemoram o que consideram uma façanha do Hamas, comemorariam os expurgos de Hitler. A desumanidade quando vista e não condenada abre espaço para desumanidades maiores e cada vez mais aberrantes.


Não há que se negar a boa fé e o senso de justiça dos que verdadeiramente almejam a paz entre os dois povos, mas há que se considerar que, uma vez que o mal tomou o caminho deliberado de negá-la, o bem não pode silenciar e esconder-se. Trata-se de uma resposta humana, dentro da humana falibilidade.


O mundo não é o paraíso celeste de espíritos redimidos. O mundo é o que é: um lugar de lutas e aprendizados, expiações e provas, dores e resgates. É neste quadro que devemos nos mover. E quando a guerra começa é preciso saber para que lado ir. O meu lado é o da civilização. 





SAÍDA PELA PAZ

Antonio Barbosa Filho Ex-presidente do PT de João Pessoa - Paraiba

O Estado brasileiro tem atualmente enorme destaque no âmbito da Política Internacional. E assumir a presidência do Conselho de Segurança da ONU apenas redobrou a responsabilidade do nosso país com a Paz Global enquanto agenda política permanente para a sobrevivência da espécie humana nesse atual século de desafios superlativos. Nesse sentido, entendemos, nós que fazemos a Esquerda através do Partido dos Trabalhadores - PT, que a Paz Global passa pelo imperativo kantiano de incluir os afetados pelas grandes decisões políticas na elaboração e avaliação da condução da vontade política e da prática burocrática do(s) Estado(s), principalmente aquelas mais críticas que envolvem vida e morte imediata de populações inteiras. Com esse espírito de enfrentar de maneira positiva e produtiva as tensões entre culturas e sociedades, pensamos em sintonia com a saudosa liderança indiana, que enfatizava: “Não há caminhos para a paz, a paz é o caminho“. Pensar com Gandhi e Kant, na nossa ótica, significa afirmar o primado da Política como exercício de acomodação de interesses pelo reconhecimento dialogado e substancial das diferenças. O que vem ultimamente acontecendo entre árabes e judeus, palestinos e israelenses, organizações políticas palestinas e o Estado de Israel, para ficarmos somente em um dos muitos conflitos armados da atualidade, precisa ser enquadrado no âmbito da racionalidade política, em que interesses são negociados e acordos construídos entre sujeitos responsivos e cidadãos conscientes. Reiteramos, portanto, a posição do PT sobre mais uma escalda do já secular conflito entre Palestina e Israel: a saída é pela PAZ, pelo mútuo engajamento em compromissos de reconhecimento recíproco. Documento do PT sobre a questão da Palestina e Israel O PT apoia, desde os anos 1980, uma luta do povo palestino pela sua soberania nacional, bem como a Resolução da ONU pela constituição de dois Estados Nacionais, o Estado da Palestina e o Estado de Israel, garantindo o direito à autodeterminação, soberania, autonomia e condições de desenvolvimento, com economia viável para a Palestina, buscando a convivência entre os dois povos; O PT historicamente mantém relações partidárias unicamente com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assim como com a Autoridade Nacional Palestina sediada em Ramallah; O PT condena, desde a sua fundação, todo e qualquer ato de violência contra civis, venham de onde vierem. Por isso, condenamos os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, tanto pelo Hamas quanto pelo 1 Estado de Israel que realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra; O PT parabeniza os esforços compreendidos pelo Governo brasileiro, sob a condução do Presidente Lula, direto à repatriação rápida de brasileiros na região do conflito e pelo acesso à ajuda humanitária na região da Faixa de Gaza, com a retirada dos bloqueios que são impostos por Israel que impactam diretamente a população civil, além do pronto restabelecimento do fornecimento de água, energia elétrica, alimentos, medicamentos e combustíveis na região, bem como a liberdade da liberação imediata dos reféns civis israelenses. O PT manifesta apoio à atuação do Brasil, inclusive no Conselho de Segurança da ONU, em linha com a tradição diplomática brasileira, em prol de um cessar fogo imediato e pelo cumprimento das resoluções da ONU, especialmente como que garante a existência do Estado da Palestina e uma relação de importação com Israel; O PT alerta contra os riscos de uma escalada do conflito. O mundo não precisa de mais guerras. O mundo precisa de paz; O PT convocou sua militância para participar das atividades em defesa da paz, em defesa da solução dos dois Estados (Palestina e Israel) e em defesa dos direitos do povo palestino a uma vida, importação e soberania nacional. Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores Brasília, 16 de outubro de 2023 O Estado brasileiro acerta ao propugnar moral e juridicamente na ONU pelo imediato cessar-fogo entre Hamas e o Estado de Israel. A representação brasileira sob a batuta do governo Lula, nesse diapasão, acertadamente entende que a prática beligerante de atores políticos envolvidos na disputa entre Palestina e Israel somente fortalece mentalidades extremistas ressentidas e irracionais, cuja atitude antagônica e sentir revanchista rapidamente instrumentaliza inocentes para a produção de argumentos pautados na dor de si e do outro. Na contramão dos extremistas de quaisquer trincheiras, entendemos, a título de conclusão, que a saída do conflito é pela paz: não a paz de um mundo ideal sem tensões, clivagens e dessemelhanças, mas a paz de um mundo concreto construído e preservado democraticamente no diálogo pacífico e na negociação racional de interesses. 





UM RASTRO LONGO DE ÓDIO E VIOLÊNCIA

Por Renato Uchôa

    Não há como negar, o mundo inteiro sabe, Israel é um Estado Terrorista por natureza. No próprio parto, em 1947, do ventre jorrou os instintos mais perversos da humanidade. Contra o povo Palestino. O Sangue Azul dos sionistas, grileiros de terras, trouxe no pacote todas as cores da violência. Todos os escritores e líderes sionistas tinham um desprezo cruel sobre o Povo Palestino, antes e depois da criação. Israel Zangwill (1864-1926) puxou a Micarina com a música fúnebre sobre o povo Palestino "Uma terra sem povo para um povo sem terra".

    A banda da morte, alguns membros sionistas como Ben-Gurion, Theodor Helrzl, Chaim Weizamann, tantos outros, fizeram a turnê do extermínio. O som da morte foi varrendo e banhando a Palestina. Os sionistas ricos vagantes do mundo, com a conivência da ONU, uma agência, cultuada à época, fez o papel na essência, de uma imobiliária de loteamento de beiço de rio, que não considera os impactos. 

    Um brasileiro, o diplomata Oswaldo Aranha, foi o corretor. Em 29 de novembro de 1947, presidiu a sessão na ONU, e joga de rebolo na Palestina a decisão dos sábios da ONU. Ceder uma parte do território, ficar de bico calado, o povo que tem uma história de séculos no país. Não há como negar, Israel é um Estado Terrorista por natureza. Quase 8 décadas de experimentos macabros contra o povo Palestino. São dias de terror, os bombardeios ininterruptos não param sobre a população civil, com mais de 50% de crianças e jovens. 

De ontem pra hoje, 400 alvos bombardeados, uma chuva de bomba sobre a população indefesa. Criminosos, covardes, com requinte de sadismo e perversidade. 

     Com a iminente invasão por terra, da Faixa de Gaza, querem completar de vez a política de extermínio do povo Palestino. Israel no atual momento tem no controle do Estado Terroristas os sionistas sem piedade, e têm no cabresto Benjamin Netanyahu, rejeitado por mais de 50% da população de Israel que o considera um corrupto assassino que vai levar o país ao desastre. Exterminar de vez, em andamento a limpeza étnica, tornar Gaza um cemitério de paz. 

     São gerações de crianças, que quando vivem, diariamente convivem com a morte em cada quarteirão. Bombas, tanques, tiros de fuzis...marcam profundamente a vida difícil. Mas, forjam a consciência que o Estado Terrorista de Israel roubou sua terra, seu país, sua infância, sua adolescência: sem pai, mãe, tio, tia, avó, sem avô... Não há como negar, o genocídio em mais uma etapa da truculência do Estado Terrorista de Israel ao povo Palestino nos coloca nas profundezas de um rio de sangue, nas entranhas da barbárie. 

     E, nos deprime, quando olhamos no espelho e vemos milhares de crianças mortas, mutiladas, desfiguradas, sem ter pra onde correr. Mulheres, idosos que tiveram sua Terra grilada, arrancada das suas vidas por um Estado Terrorista, opressor. Que não honra seus ancestrais mortos covardemente pelo sanguinário Hitler. Confinados nos campos de concentração nazistas, que hoje serve de modelo, aplicado ao pé da letra, na Faixa de Gaza, que é uma prisão a Céu Aberto, onde já foram lançadas quase 8 mil bombas em poucos dias de extermínio. 

    Por fim, o início do fim, haveremos de registrar, não consigo mais postar, a partir de hoje vídeos e fotos de crianças mortas; palestinas, ou de Israel, e as do mundo inteiro. Não há como negar, Israel, os sionistas assassinos de lá, que controlam o arsenal de guerra moderno, pela prepotência pensam que vão varrer a Faixa de Gaza do mapa. Mas, acredito que a opinião pública internacional, não obstante o controle dos meios de comunicação, controlados nos centros hegemônicos do capitalismo, 24h a versão de defesa do Estado Terrorista de Israel como vítima; 70% já escolheu, faz décadas, o Povo Palestino como um dos povos mais resistentes da história, contra o poder opressor dos sionistas. 

     O Oriente Médio ferve, a população não vai perdoar as primeiras semanas da invasão por terra da Faixa de Gaza, e os dirigentes fantoches de alguns países da área, que têm ingerência do Estado Terrorista Americano, não vão controlar fácil a escalada de uma Guerra Santa contra Israel. Não há como negar, Putin, outros mais, não vão aceitar a prepotência do Estado Terrorista Americano no deslocamento de navios de guerra, para bombardear o Irã e outros mais. 

     A paz na região, inclusive em Israel, não há como negar, a destruição do aparato militar sionista é vital. Israel nunca fez o menor esforço para reconhecer o Estado Palestino, pelo contrário, foi criado para aniquilar qualquer possibilidade. vieram e se implantaram a partir de 1947, atirando em crianças palestinas, mulheres, adolescentes e idosos, os expulsando das terras que sempre viveram. O loteamento da Palestina pelos judeus sionistas, desde os primórdios, foi planejado, inclusive o genocídio, a limpeza ética. 

Tirem suas conclusões: 


     Veja o que diz um sionista de sangue azul, Vladimir Jabotinsky, líder sionista, nos primórdios, no livro “A muralha de ferro”: "Não cabe pensar em uma reconciliação voluntária entre nós e os árabes, nem agora nem num futuro previsível, Todas as pessoas bem intencionadas, salvo os cegos de nascimento, compreenderam há muito a completa impossibilidade de se chegar a um acordo voluntário com os árabes da Palestina para transformar a Palestina de país árabe em um país de maioria judia. (…) Tente achar ao menos um exemplo de colonização de um país que aconteceu com o acordo da população nativa".


FONTE: Catarina Rochamonte (O GLOBO) - Acesse

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