O poeta disse certa vez que todo mundo tem vez, mesmo aqueles que não veem. Têm uns que possuem demais e outros que nada têm, uns têm mulher, filhos e netos e outros não têm ninguém. Uns são prósperos de riquezas, são letrados e viajados, outros são pobres e coitados, nenhuma riqueza têm.
Uns têm a lua e o mel, outros não têm o mel, nem a lua. Uns vivem de aventuras, outros não sabem o que têm, e é nesse vai e vem que a vida segue em frente. Uns são ricos em pensamentos, outros são cegos e sem mentes. E assim, nessa peleja, uns são ricos de beleza, outros nem beleza têm.
Nas peripécias da vida, para uns têm salva-vidas, para outros nada têm, uns possuem muito dinheiro, outros nem centavos têm e o moinho da vida, moi os corpos, moi as vidas numa sequência sem fim, moi pobres, ricos, bons e ruins e assim diz o poeta, sem usar rima ou métrica, não existe escapatória, todos têm o mesmo fim.
O poeta que sonha em ser profético, sonha viver da poesia, sonha com a melodia de um poema encantado, sonha num verso assanhado nas cordas de uma viola. Uma viola que chora no clarão de um luau, uma jovem de avental perdida em um desencanto, chora a viola num cântico, chora o poeta na glória.
Do autor - Caldas.
Todos os campos são obrigatórios - O e-mail não será exibido em seu comentário