Mirtzi
Há muitos anos eu não lia um romance, mas ao fazê-lo recentemente, indaguei-me sobre algumas nuances de personagens e de histórias ali escritas.
O que se faz com sonhos que parecem distantes de serem realizados?
Quanto tempo foi dedicado a sentimentos que se enraizaram, que poderiam ser supostamente unilaterais?
Caso esse assunto fosse na vida real, dever-se-ia esquecer esse sentimento?
Seria possível jogá-lo fora rapidamente?
Ou ele deveria ser “passado a limpo” com a pessoa a quem ele estivesse se dirigindo?
É certo que, em alguns casos, o pensamento parece ser uma entidade com vontade própria como um cavalo desgovernado e sem rumo. O que se deve fazer com esses pensamentos, desejos e imagens que foram criados no imaginário e que parecem muito reais? Exterminá-los? Procurar limpá-los da mente? E, como fazer isso?
Para os enamorados dos romances literários, à voz do ser amado, o céu se abre, os pássaros cantam alegres, as flores desabrocham e perfumam intensamente, o mundo fica mais aprazível. Os olhos ganham um brilho que os tornam inigualáveis.
É surpreendente a resposta rápida do corpo ao olhar do amado (a). O coração acelera, a respiração fica sôfrega, há um amolecimento geral das forças em total rendição.
Tudo o que é descrito faz-nos parecer que é um mundo fora do tempo, um enlevo que alça os amantes a uma esfera de compreensão que só os poetas alcançam e os músicos conseguem intuir e transformar em acordes fenomenais como o fizeram Beethoven, Bach, Mozart e tantos outros virtuosos.
Quem se atreveria a eliminar um amor assim? Quem se arriscaria a perder um amor desse quilate? Quem, de sã consciência, não desejaria ser um Tristão e Isolda ou um Romeu e Julieta, com um final feliz, à semelhança de Robin Hood e Lady Marian, e, assim como em vários contos de fadas?
Neles, o amor verdadeiro vence e se realiza, embora raro, difícil de lidar e de se encontrar.
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