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PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS. Estação de Cruz do Peixe - Sérgio Botelho

Por: | 27/10/2023

Sérgio Botelho - Entre os limites que marcaram a expansão de Parahyba do Norte rumo ao litoral, destaque-se o sítio Cruz do Peixe, inicialmente uma propriedade dos beneditinos. Tomou esse nome, segundo vasculhadores da história pessoense, por conta de ali vigorar um entreposto de venda de peixe. 

A mercadoria era fisgada no mar pelos pescadores da praia de Santo Antônio, em Tambaú. O antigo sítio envolve a área em que está construído o Hospital Santa Isabel, nas imediações da Epitácio Pessoa e da Praça da Independência. Porém, o marco mais famoso de Cruz do Peixe vem da estação de bondes que ali funcionava, justamente, a Estação de Cruz do Peixe que, no processo evolutivo da urbe, virou o atual prédio da Energisa, local de atividades culturais altamente prestigiado na cidade. 

Além da estação de bondes da capital dali também saia, a partir de 1906, o primeiro meio de transporte mais rápido com destino a Tambaú. Inicialmente, até a Imbiribeira (Tambauzinho), na altura do atual Grupamento de Engenharia. Depois, até a praia, após vencidas as dificuldades impostas pelo terreno que ladeia o rio Jaguaribe, na atual Avenida Rui Carneiro. Era a maxabomba, uma locomotiva bem rudimentar barulhenta e poluidora movida a óleo. Como o prédio veio parar nas mãos da Energisa? 

É que, a partir de 1910, ali se instalou a Empresa de Iluminação e Viação Elétrica da Capital – EIVL”, posteriormente denominada de “Empresa Tração, Luz e Força – ETLF”. A partir daquela data a referida empresa, de origem paulista, não apenas passava a ser responsável pela administração do sistema de transporte coletivo de Parahyba do Norte, onde se incluíam os bondes e o trem para Tambaú, como também tinha a seu encargo instalar o serviço de energia elétrica da capital. 

O local então comportou uma usina de produção de eletricidade. Nessa condição, passou às mãos da empresa de economia mista Saelpa (Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba), em 1964. E que, no ano 2000, foi vendida em leilão para a Energisa, que se tornou proprietária do histórico prédio. 

Sem mais serventia enquanto usina de energia elétrica, em 2003 passou a funcionar, por decisão da empresa e apoio da sociedade civil e das instituições oficiais, como usina de arte e cultura, sob o nome de Usina Cultural Energisa. E virou um sucesso danado!


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