Por: Aurélio Aquino | 08/09/2024
Do arquivo morto em súbita convalescença
nem tanto os papéis
de que te nutres fatalmente
fluirá das rugas de teus muros
como
se fora assim uma nascente
mas, por certo, uma massa informe
grávida de humanos argumentos
cimentados agora nos ofícios
tumulados em teu corpo finalmente
palavras prensadas à força
gordas de magros memorandos
cravada nas faces dos homens
em soluções ainda trafegantes
morrem espremidos na moenda
que cada bureau possui em seu estômago
e que vomita uma morte oficiosa
envelopada em cada memorando
tuas manhãs tardam comprimidas
engolidas nas noites burocráticas
em que a fome passa a ser vida
num simples erro de teus funcionários