Pressiona-me, às vezes, a volúpia do erro. A propósito, com esta expressão, intitulei a primeira coleta dos meus pensamentos provisórios. No entanto, importa-me, talvez mais, não a volúpia, com suas aparas sensuais e fisiológicas, mas uma possível epistemologia do erro. Quer no plano da vida moral, quer no burburinho das teorias científicas, errar me parece essencial. O erro como que reativa os rumos do nosso comportamento, educando corpo e alma, ao mesmo tempo em que, também, já nas ciladas do conhecimento, alarga nossos passos e nos lança no abismo de novas aprendizagens. O erro é inevitável. Talvez seja criativo. Quem não erra não vive nem cresce.
