O raciocínio que a Razão me possibilita me fez descobrir que somos produtos do Absurdo, algo com que a Razão não concebe nem concorda mas deve concordar. Porque de três, as três: ou tudo veio do nada (um absurdo), um ou muitos deuses nos criaram (outro absurdo) ou tudo sempre existiu (mais um absurdo). Não há uma quarta resposta para a pergunta, preferindo eu a "sensatez" do absurdo que garante que tudo sempre existiu.
Se reflexos do sonho de um deus, uma ilusão, neutrinos, estrelas ou personas estamos todos aqui realizando o sentido da Vida, que é fazer viver tudo. Quanto a nós, uns de seus membros, produtos da sensibilidade associada com a memória e a imaginação, somos como pernas cujo sentido é andar. Para onde vamos com elas é sentido nosso. Quanto a tudo vira bosta, dizem os que se alimentaram do cogumelo nascido das fezes do boi Zebu que se sentem ou veem "Deus". Exilado na Ilha de Patmos, com fome na mata (talvez em tentativas de fugas), o apóstolo João deve ter inadvertidamente ingerido alguns para que pudesse escrever o livro do Apocalipse. Sei como é: tudo muito doido, absurdo, mas o fato é que estamos aqui enquanto resultados da vontade suprema da Vida, que faz queimar estrelas ("faça-se a luz") ao preenchimento do nada, tão infinito quanto ela.
Feliz natal.
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