Há jardins que se bifurcam, como no conto de Jorge Luís Borges. Jardins que me acompanham, como se fossem poemas de uma antiga coleção. Sou este mesmo, que adora as súplicas de um devaneio e ama caminhar a esmo pelas veredas da metáfora, pela trama do entardecer, pela tragédia lunar que me lembra o milagre de quão pequenino sou. Gosto de ler meus passos, não importa a indiferença do tempo nem o peso geográfico da vida. Romance, teatro, ensaio, história, filosofia, tudo me ativa a memória e me elastece o esquecimento. Estou sempre a caminhar. Não importa a infelicidade que me paralisa.