num vinte e cinco de dezembro,
o evangelista leva a mão ao peito,
como com infarto,
ao ver – tonto - a constelação de Virgem exatamente no ponto,
do oriente,
em que a Luz do Mundo em seguida nasce,
como num parto,
-
e não erra:
é como Adão surge
da virgem mãe-Terra.
-
E aí,
o requinte no signo seguinte,
Aquário,
quando o corrupto, bruto, astucioso, dúbio Povão Misterioso tem o batismo extraordinário do
Dilúvio.
-
E,
se água farta como lava
mata,
quando pouca,
lava,
-
e assim é que se vê – como A e, depois, B - o segundo Adão... no Jordão
-
e de partida,
em seguida,
pro deserto,
pra ser tentado e testado
de perto,
em grandes agonias,
por quarenta dias,
como a multidão de Moisés nos areais africanos,
por quarenta anos,
-
quando,
teimando,
apesar de banida, seguida,
oprimida,
diz que é... o povo escolhido que Deus aprova por completo,
afirmando que é seu Primogênito,
Filho Dileto,
-
o que também será dito quando o céu se abrir sobre o segundo Adão,
no Jordão.
-
Aí,
o Povão,
sem-cerimônia,
importa a lenda,
da Babilônia,
de um rei – Hamurabi – que, segundo se sabe, recebe a Lei das mãos do deus-sol Shamash,
que ali passa a chamar-se Javé,
-
e,
então,
o segundo Adão vai à montanha e,
de lá,
faz seu sermão,
mas,
como não mais cabe reciclar Hamurabi.
açoda-se sobre o que está na moda:
Platão.
-
( De Esse é o Homem, ed. Ideia 2013. Abaixo, Portal da Virgem, na fachada da catedral de Notre-Dame, Paris, em que onze dos signos do zodíaco são representados como os conhecemos, nos batentes laterais, enquanto na pilastra central figura a Madona com o Menino, como sendo o signo de Virgem,porque o sol nasce, no dia 25 de dezembro, no Oriente, abaixo dessa constelação, donde o que se conhecia como Parto da Virgem. )
Todos os campos são obrigatórios - O e-mail não será exibido em seu comentário