Capital político foi uma das razões para que o presidente Lula pedisse que ela voltasse a integrar os quadros do PT e aceitasse ser a vice de Guilherme Boulos
247 - A ex-secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), que entregou o cargo nesta terça-feira (9) para ser a vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) à Prefeitura de São Paulo, deixou sua marca na capital paulista no período em que esteve à frente do Executivo municipal. O capital político, especialmente na periferia, foi uma das razões para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedisse que ela voltasse a integrar os quadros do PT e aceitasse ser a vice de Boulos.
Nesta linha, o perfil Pensar a História fez um levantamento destacando as principais marcas da gestão de Marta Suplicy à frente da Prefeitura de São Paulo, entre 2001 e 2005.
Em 2004, ela instituiu o Bilhete Único e assegurou aos paulistanos o direito de pegar quantos ônibus precisassem no período de 2 horas pagando o valor de apenas uma tarifa, o que reduziu os gastos com transporte da população da periferia, que era obrigada a pagar várias passagens para chegar a lugares mais distantes.
Ainda na área do transporte público, Marta implantou a construção de corredores de ônibus ligando a periferia ao centro, os chamados Passa Rápidos, reduzindo o tempo de deslocamento de uma parcela significativa da população, além de construir mais de 70 quilômetros de corredores de ônibus. Ela também inaugurou 11 novos terminais de ônibus na periferia e articulou a integração dos ônibus com o metrô, a CPTM e a EMTU.
Na área educacional, a gestão de Marta foi marcada pela ampliação dos investimentos, que passaram de 24% para 33% em apenas três anos. Ao longo do mandato, Marta construiu 148 escolas de ensino infantil e fundamental,ponto que resultou no fim das chamadas “escolas de lata”, unidades instaladas em contêineres durantes as gestões de Paulo Maluf e Celso Pitta.
Marta também criou os Marta criou os Centros Educacionais Unificados (CEUs). Inspirados no conceito de escola-parque que concentram atividades educacionais, culturais e esportivas, servindo como locais de sociabilização e convivência. Ao todo, ao longo da gestão foram implantados 21 CEUs.
A Gestão Marta também criou o Programa Vai e Volta, que assegura transporte escolar gratuito e o fornecimento de material escolar e uniforme para estudantes da rede municipal de ensino, e ampliou em 80% o orçamento destinado à merenda escolar.
Marta foi responsável por municipalizar o sistema de saúde da capital, substituindo o sistema público-privado criado por Maluf (PAS) pelo SUS. Ela repassou mais de 500 instituições assistenciais à rede pública e ampliou em R$ 100 milhões por ano o orçamento da saúde, além de ter viabilizado a construção dos hospitais municipais do M'Boi Mirim e da Cidade Tiradentes.
À frente da prefeitura, Marta criou um programa de Renda Mínima que pagava uma complementação mensal para famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e criou o Bolsa Trabalho, que pagava um auxílio financeiro para desempregados e jovens de baixa renda, além de ter criado o Banco do Povo, que concedia microcrédito para beneficiários de programas sociais.
Na área habitacional, Marta garantiu a entrega de 50 mil moradias populare e criou um programa batizado Crédito Solidário, voltado para auxiliar famílias de baixa renda a construírem a casa própria por meio do financiamento para a aquisição do terreno e de materiais de construção.
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