A história da literatura tem demonstrado que as literaturas estão intrinsecamente ligadas ao surgimento dos Estados, outras vezes antecipando-se a estes, como é o caso do nosso país, cuja Literatura se firma inequivocamente com o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, vulgo MNIA, antes mesmo da constituição de um Estado angolano soberano.
A Literatura deve ser encarada, também, entre outros conceitos, como uma manifestação cultural, sendo, enquanto arte, uma disciplina vinculada à antropologia cultural. Neste sentido, ela vem inequivocamente contribuindo para a consolidação dos processos de uma pretensa angolanidade que começou a ser projectada muitos anos antes da independência nacional.
A Literatura não é meramente um objecto de fruição estética, ou seja, não serve apenas para o deleite humano, encerrando igualmente uma dimensão sociocultural, que permite compreendê-la não só como um instrumento de intervenção social, no quadro da Literatura propagandística, mas também como um instrumento de construção de identidades e do homem íntegro, através da sua dimensão pedagógica.
Em virtude do que se disse no parágrafo anterior, podemos assim dizer que, na verdade, são diversos os sectores que, durante estes 50 anos, podemos identificar como tendo sido impactados pela Literatura.
A educação é, por tudo o que ela representa e pela natureza da própria literatura, o sector mais óbvio, onde, por via do texto literário, objectiva-se construir o homem, através da leitura de textos literários e livros de géneros diversos que abordem sobre o seu passado, sua ancestralidade, revelem a sua cultura e o introduzam numa cultura mundial, através da leitura dos grandes clássicos da Literatura universal.